Proposed treatment of fracture in physiotherapeutic diaphysis femoral
AUTORES: Erica Chaves Mathias
dos Santos, Joana Valéria Lima Monteiro, Marta Neide Sousa Silva, Magno Valesko
Araújo , Priscila Gregório da Silva,
Wellane Barros Costa
Resumo
Introdução: A fratura diafisária
de fêmur é uma lesão que normalmente é causada por traumas de alta energia, se
não tratada corretamente podem levar a complicações do indivíduo trazendo
prejuízo à sua saúde. Geralmente o tratamento inicial é o conservador,
utilizando tração musculoesquelética, e em seguida cirúrgico, utilizando haste
intramedular. A realização do tratamento fisioterapêutico no pós-operatório é
um fator muito importante na reabilitação dos pacientes para que sejam evitadas
possíveis sequelas. Objetivo: Este
estudo teve como objetivo demonstrar uma proposta de tratamento nos casos de
fratura de diáfise de fêmur, no curso de um pós-operatório imediato e tardio. Metodologia: O presente estudo tem
caráter analítico e intervencional, do tipo relato de caso de um indivíduo com
diagnóstico clínico e radiológico de fratura diafisária de fêmur direito, que
foi admitido do Centro de Fisioterapia do Hospital Regional do Agreste em Caruaru
- PE. Resultados: Nos resultados
observou-se melhora significativa em relação ao nível de dor, amplitude de
movimento e força muscular. Conclusão:
Conclui-se que é de suma importância a atuação precoce da fisioterapia no
pós-operatório para que o paciente retorne as suas atividades de vida diária o
mais breve possível.
Palavras-chave: Fratura de diáfise
de fêmur. Haste intramedular. Tratamento fisioterapêutico.
Introdução
O fêmur é o mais
longo e pesado osso do corpo humano, composto por uma diáfise e duas epífises,
articula-se proximalmente com o osso do quadril e distalmente com a patela e a
tíbia, está envolto por grandes massas musculares e desempenha um importante papel
na sustentação do esqueleto.
As
fraturas do fêmur são responsáveis por importante morbidade e mortalidade em
relação aos traumas dos membros inferiores (BUCHOLZ, BRUMBACK, 1993).
Dentre as possíveis fraturas que ocorrem neste osso, observa-se que uma das
principais é a fratura diafisária, havendo prevalência em torno de 3/10.000
habitantes ocorrendo geralmente, por trauma de alta energia, acidente
automobilístico, atropelamento, esmagamento, acometendo predominantemente,
adultos jovens, homens (55%), havendo discreta predominância do lado direito
(52%), (PIRES, 2006; SCHWAERTSMANN, 2003).
As
fraturas de diáfise de fêmur ainda podem ser classificadas em transversais,
obliquas, espirais ou cominutivas, a que envolve uma superfície articular
adjacente é denominada fratura articular e as por avulsão são aquelas em que a
união do osso com o músculo (tendão) ou ligamento é desfeita (PETERSON, RENSTROM, 2002).
Geralmente o tratamento mais indicado para
esse tipo de fratura é cirúrgico. Dentre os vários tipos de fixação, a haste intramedular
é considerada a mais vantajosa para as extremidades que suportam cargas
(SCHATZKER, 2004). Em casos de fraturas de diáfise em que há cominuição a
melhor alternativa é a haste travada, ela é fixada às porções proximal e distal
do fêmur, em geral com parafusos passados através da haste e do osso. (KEMPF ET
AL., 1985).
A
intervenção fisioterapêutica logo após a cirurgia é um fator diferencial na
reabilitação do paciente com o objetivo de melhorar os sintomas referentes a dor
e ao edema, restaurar mobilidade articular, incrementar a função muscular e
recuperar a funcionalidade do membro comprometido, para que o paciente possa
voltar as suas atividades de vida diária o mais breve possível.
Desta forma, este
estudo foi desenvolvido com a finalidade de relatar o caso de um paciente com
diagnóstico de fratura de diáfise de fêmur e uma proposta de tratamento
fisioterapêutico em um pós-operatório imediato e tardio.
Metodologia
Trata-se de um relato
de caso analítico e intervencional, desenvolvido em um paciente do sexo
masculino, 21 anos, admitido no Centro de Fisioterapia do Hospital Regional do
Agreste em Caruaru-PE, vítima de um acidente automobilístico, relatando fortes
dores na perna direita.
O estudo radiológico
permitiu o diagnóstico de fratura do terço médio do fêmur esquerdo. Na história
da doença atual o paciente relatou que ficou em tração esquelética por 13 dias.
Em seguida, foi submetido a tratamento cirúrgico da fratura, onde foi colocada
uma haste travada (figura 1).
O paciente foi
encaminhado ao setor de fisioterapia após 21 dias de sua cirurgia. No
ambulatório de fisioterapia o paciente apresentou-se deambulando com auxilio de
muletas. Em seguida foi submetido a uma avaliação fisioterapêutica, para que o
fisioterapeuta possa estabelecer com segurança os objetivos da conduta e
selecionar as modalidades terapêuticas mais indicadas.
Nesta avaliação foram
realizados alguns procedimentos essenciais como a análise de exame
complementar, técnica cirúrgica, anamnese, inspeção, palpação, níveis de dor,
amplitude de movimento, força e trofismo.
Para a palpação, o
paciente foi posicionado em decúbito dorsal, numa superfície rígida, com os
membros inferiores estendidos. Foi realizada a palpação bilateral dos músculos,
onde o paciente foi orientado a não contrair a musculatura dos membros
inferiores. Foi observado edema e dor a palpação.
Para a avaliação da
intensidade da dor foi utilizada a Escala Visual Numérica (EVN), descrita por
Sousa e Silva, que consiste numa escala graduada de zero (0) a dez (10), na
qual zero significa ausência de dor e dez, a pior dor imaginável. O paciente
relatou dor no nível quatro (4).
Para a verificação da
amplitude de movimento, foi utilizado a goniometria e o instrumento a ser
utilizado foi o goniômetro da marca Trident®. Foram encontrados os
seguintes resultados:
MOVIMENTO
|
PACIENTE
|
NORMAL
|
Flexão de quadril
|
45°
|
135°
|
Extensão de quadril
|
10°
|
30º
|
Rotação externa do quadril
|
40°
|
45º
|
Rotação interna do quadril
|
15°
|
35°
|
Abdução do quadril
|
25°
|
45° a 50°
|
Adução do quadril
|
10°
|
20° a 30°
|
Flexão de joelho
|
100°
|
135°
|
Extensão de joelho
|
10°
|
0°
|
Já para o teste de
força do paciente, foram avaliados os seguintes grupamentos musculares:
flexores, extensores, rotadores do quadril e joelho. A força foi classificada em
grau 5 (normal), grau 4 (bom), grau 3 (regular), grau 2 (precário), grau 1
(atividade traço), grau 0 (nenhuma atividade). O apresentou grau 3 para o nível
de força de todos grupamentos musculares analisados.
O membro não fraturado
também foi avaliado, por dois procedimentos que consistem na mensuração da
perimetria e da amplitude de movimento (ADM) ativa, principalmente no nível da
articulação do joelho e graduação de força muscular de todo o membro, para que
se possa comparar a evolução do paciente após o tratamento fisioterapêutico.
Perimetria da coxa (ponto de referência:
borda superior e inferior da patela)
BSP
|
MID
|
MIE
|
0
|
36 cm
|
35 cm
|
10 cm
|
44 cm
|
41 cm
|
20 cm
|
52 cm
|
48 cm
|
BIP
|
MID
|
MIE
|
0
|
32 cm
|
31 cm
|
10 cm
|
34,5 cm
|
32 cm
|
20 cm
|
30,5 cm
|
28 cm
|
Após a realização de
todas as avaliações, elaborou-se um plano de intervenção fisioterapêutica com
os seguintes objetivos: Debelar quadro álgico; reduzir edema; preservar a
velocidade de consolidação da fratura; restaurar a ADM de quadril e joelho do
membro inferior direito; fortalecer os músculos do quadril, joelho e tornozelo
do membro inferior direito; melhorar a propriocepção; melhorar a marcha;
retornar as AVD’s e AVP’s.
Para
alcançar os objetivos supracitados foi realizada a seguinte conduta: Crioterapia
na região edemaciada durante vinte minutos; mobilização passiva e ativa de
todos os movimentos de quadril e joelho; alongamento passivo dos músculos dos
membros inferiores (Figuras 2, 3, 4 e 5); alongamento ativa-assistido (Figura
6) fortalecimento da musculatura dos membros inferiores através de exercícios
isométricos (Figura 7), exercícios isotônicos sem resistência (Figura 9, 10),
exercícios isotônicos com resistência (Figura 11), exercícios em cadeia
cinética fechada (Figura 12 e 13), todos de forma progressiva de acordo com as
limitações do paciente. Além disso, foi realizado treino proprioceptivo (Figura
14), o trabalho de descarga de peso no MID (Figura 15), treino de marcha
(Figura 16), subida e descida de degraus, treino de bicicleta para melhorar o
condicionamento físico do paciente, e por fim orientações domiciliares.




Resultados
O paciente recebeu
atendimento fisioterapêutico três vezes por semana, realizando um total de doze
sessões, equivalente a um mês de tratamento. Após esse período foi realizada
uma reavaliação, onde se evidenciou ausência de dor e edema, ganho da ADM, melhora
do trofismo e força do membro inferior acometido.
Ainda foi comprovado
uma diferença de dois centímetros de cumprimento do membro inferior esquerdo em
relação ao direito. Foi necessário um trabalho de conscientização ao paciente
de suas adaptações necessárias, da necessidade de atividades físicas e de seu
controle de peso.
As tabelas a seguir
comparam os dados da avaliação de admissão do paciente com os dados da ultima
sessão realizada:
Tabela referente à
ADM:
MOVIMENTO
|
PACIENTE
|
NORMAL
|
Flexão de quadril
|
45° - 130°
|
135°
|
Extensão de quadril
|
10° - 30°
|
30º
|
Rotação externa do quadril
|
40° - 45°
|
45º
|
Rotação interna do quadril
|
15° - 30°
|
35°
|
Abdução do quadril
|
25° - 40°
|
45° a 50°
|
Adução do quadril
|
10° - 18°
|
20° a 30°
|
Flexão de joelho
|
100° - 130°
|
135°
|
Extensão de joelho
|
10° - 0°
|
0°
|
AVALIAÇÃO
|
REAVALIAÇÃO
|
||||
BSP
|
MID
|
MIE
|
BIP
|
MID
|
MIE
|
0
|
36 cm
|
35 cm
|
0
|
32 cm
|
31 cm
|
10 cm
|
44 cm
|
41 cm
|
10 cm
|
34,5 cm
|
33,5 cm
|
20 cm
|
52 cm
|
48 cm
|
20 cm
|
30,5 cm
|
28,5 cm
|
Tabela
referente ao trofismo:
Conclusão
De acordo com os
dados no caso relatado, demonstro-se a importância da intervenção
fisioterapêutica no pós-operatório de fratura de fêmur.
Os resultados
apresentados foram satisfatórios, onde se evidenciou a evolução do paciente,
lhe proporcionando um nível maior de independência para a realização das AVD´s
e lhe proporcionando uma melhor qualidade de vida em relação à funcionalidade
dos membros inferiores.
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