Pesquisadoras combatem efeitos da leucemia com fisioterapia respiratória
No Amazonas, um estudo realizado pelas estudantes finalistas Almirene Amirato e Camila Alencar, aponta tratamento que pode ajudar os doentes.
Recentes estudos revelam que a aplicação de exercícios respiratórios em pacientes com leucemia aguda, espécie de câncer no sangue, pode influenciar de maneira positiva no processo de tratamento da doença. No Amazonas, um estudo realizado pelas estudantes finalistas do curso de Fisioterapia da Universidade Paulista (Unip) Almirene Amirato e Camila Alencar, aponta para essa solução.
Sob orientação da professora Erbenia Araújo e coorientação da professora Laura Maia, a pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), no âmbito do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic). O resultado dos trabalhos foi apresentado na 5ª Jornada Científica, provida pela Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam), na última semana.
De acordo com Amirato, que desenvolveu a pesquisa ‘Influência da Fisioterapia Respiratória em Pacientes com Leucemia Linfoide Aguda’, o objetivo foi avaliar a capacidade respiratória em portadores de Leucemia Linfoide Aguda, pré e pós-cinesioterapia respiratória. “Nossa ideia era avaliar o padrão respiratório do paciente leucêmico internado na Fundação Hemoam e analisar as técnicas de tratamento e prevenção de complicações respiratórias aplicadas nos pacientes estudados”, explicou a estudante.
Segundo dados da pesquisa, o câncer é uma das doenças mais incidentes na população brasileira e a Leucemia Linfoide Aguda (LLA), está entre as dez que mais matam no Brasil, assumindo uma proporção de mais de 50% das malignidades hematopoiéticas, principalmente na faixa etária entre 2 e 18 anos.
Métodos utilizados
Para tentar amenizar esse quadro com pacientes do Hemoam, a pesquisadora explica que utilizou técnicas de fisioterapia, aplicadas a exercícios respiratórios, associados ao tratamento da doença, com o objetivo de melhorar a capacidade respiratória dos pacientes. “Ficou evidente em todos os pacientes que nós submetemos à fisioterapia respiratória a melhora significativa. Uma média de 95% dos pacientes com LLA voltaram a respirar normalmente, tudo em virtude das técnicas que aplicamos”, concluiu Amirato.
Para a estudante Camila Alencar que desenvolveu o estudo ‘Influência da Fisioterapia Respiratória na Produção de Citocinas em Pacientes com Leucemia Linfoide Aguda’, o propósito foi trabalhar o tema em conjunto com Amirato a partir da necessidade percebida nos pacientes que sofrem de leucemia dado os sintomas que a doença apresenta. Segundo Alencar, ao todo foram selecionados 14 pacientes internados no Hemoam para participar do estudo, que foi realizado no período de janeiro a junho de 2011.
Após estudos feitos com os pacientes com leucemia, foi possível perceber uma melhora na qualidade de vida e, na maioria dos casos, o paciente restabeleceu a capacidade respiratória, explica Alencar. “Isso tudo graças à fisioterapia respiratória, um método simples que pode salvar vidas. Com isso ficou claro que a fisioterapia pode ajudar no tratamento de doenças graves como a leucemia”.
Resultados
A pesquisadora acredita que os resultados são animadores, porque esse é um projeto pioneiro no Amazonas e não existe em nenhum outro lugar, sendo o primeiro aprovado pelo comitê de ética do Hemoam na área de Fisioterapia. “Nossa pesquisa mostrou uma satisfatória evolução e ficou constatado que nosso trabalho comprovou, por meio dos resultados relatados, a eficácia da fisioterapia respiratória em pacientes portadores de LLA, sendo a única desse tipo realizada no Brasil e no mundo”, enfatizou.
As pesquisas realizadas em conjunto pelas duas acadêmicas de fisioterapia foram consideradas como um trabalho inovador, na opinião dos avaliadores do Paic e agora vão servir de suporte no tratamento de pacientes com leucemia aguda atendidos pelo Hemoam.
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