Gameterapia é a nova aliada no tratamento de labirintite
Através de jogos de videogame pacientes são estimulados a aumentar o senso de equilíbrio e coordenação motora
Luciano Moura
Agência BOM DIA
Famoso por protagonizar discussões entre mães e filhos, o videogame passou de vilão do sedentarismo para ser um aliado no tratamento de doenças como a labirintite.
O Wii, videogame japonês da Nintendo, permite que os pacientes movimentem o corpo durante o jogo, e não apenas as mãos, como nos games tradicionais.
O jogo é acompanhado por uma balança eletrônica que serve como base para os exercícios. O aparelho contém também sensores que reconhecem os movimentos realizados pelo jogador.
Segundo a fisioterapeuta Bruna Silveira, do Revitare Centro Integrado de Saúde, em Rio Preto, durante o jogo, que tem modalidades como boliche, tênis e futebol, o paciente aumenta sua capacidade de cognição e memória, auxiliando na recuperação da coordenação motora e estimulando o equilíbrio corporal.
“Com o estímulo visual, a sensação de prazer interpretada pelo cérebro é maior, o que melhora a autoestima e a satisfação do paciente”, afirma a fisioterapeuta.
Segundo Bruna, a gameterapia só pode ser usada no tratamento da labirintite depois de uma avaliação médica. “Os pacientes que utilizaram o Wii apresentaram uma melhora relevante no tratamento da doença. Os games rompem a ideia de exercícios monótonos e repetitivos, dando mais motivação ao paciente”, afirma.
A labirintite é uma desordem do equilíbrio do corpo humano, causada por um processo inflamatório ou infeccioso que afeta os labirintos, que ficam dentro do sistema vestibular (órgão responsável pelo equilíbrio, postura e orientação do corpo). A incidência é maior nas mulheres de 50 a 70 anos.
Sensores
A ideia de usar a realidade virtual na fisioterapia é nova no mercado brasileiro. Clínicas estrangeiras já tinham utilizado o Playstation 2, da Sony, mas de acordo com a fisioterapeuta seus recursos não podiam ser aproveitados por todos os pacientes.
“O que diferencia o videogame da Nintendo dos demais são seus sensores, instalados junto a televisão, que captam os movimentos dos jogadores e os reproduzem na tela”, diz Bruna.
Entre os pacientes do Revitare Centro Integrado de Saúde que usam o videogame durante o tratamento de labirintite está Maria Edinéa Xavier, 51 anos, que há oito meses curte a nova técnica. “Os jogos no videogame me ajudam a recuperar o equilíbrio e controlar os movimentos das mãos e das pernas”, afirma. Ela diz que, com o uso do videogame, ganhou um novo estímulo para encarar o tratamento.
A gameterapia também é usada no Ambulatório de Fisioterapia do Hospital de Base de Rio Preto. No total são 50 pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) atendidos.
Incontinência Urinária
O videogame, que já é usado nos centros de reabilitação nos Estados Unidos, Canadá e Europa, também é recomendado para o tratamento de incontinência urinária (perda involuntária de urina). Os exercícios específicos, como os de ioga, são usados para que os pacientes reeduquem a postura e fortaleçam a musculatura na região da pelve.
Contra indicação
O uso de videogames é contraindicado para pacientes que apresentem hipertensão arterial antes do tratamento e quadro de epilepsia ao entrar em contato com pontos luminosos da televisão.
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