Relato de Caso – Fratura de Patela
AUTOR: ALUIZIO SEVERINO DE ARRUDA
Introdução
A
patela é um osso chato aparentemente ovóide possuindo um ápice e uma base e
está situada profunda em relação às fibras tendinosas do reto da coxa e da fáscia
lata.
A
patela proporciona uma vantagem mecânica ao aparelho extensor por dois
mecanismos: ligação, pois a patela une quadríceps e o tendão patelar que
vai se inserir na tíbia, permitindo a geração da força necessária para a
extensão do joelho, do quadríceps para a tíbia; e o desvio, pois a patela
desvia essa ligação tendão quadríceps – tendão patelar para longe do eixo da
rotação do joelho.
A patela
assim funciona como fulcro que aumenta a vantagem do quadríceps.
Relato do caso:
Paciente de 19 anos idade,
sexo masculino, admitido em 09/07/2012, no serviço de urgência do Hospital Dom
Helder Câmara em Recife- PE. Vitima de uma colisão de moto com carro. Na
história relatou que andava de carona da motocicleta, caindo na garupa da mesma
e ficando com fortes dores na perna esquerda impossibilitado de deambular. O
estudo radiológico permitiu o diagnóstico de fratura de patela. No outro dia
foi submetido a tratamento cirúrgico de fratura, onde foram colocados fios de
Kirchner (Figura 1 e 2).
Figura 1. e Figura 2.
Imagem
radiológica, evidenciando o tratamento cirúrgico com fios de Kirchner na fratura
de patela.
Após
38 dias do tratamento cirúrgico o médico solicitou 20 sessões de fisioterapia
motora, o mesmo iniciou na Policlínica Nossa Senhora da Conceição em Toritama –
PE, ondena avaliação foram encontrado os
seguintes achados: Hipotrofia de membro inferior esquerdo, presença de edema na
região do joelho(figura 3 ), marcha com apoio de muleta, presença de dor e
aumento de temperatura.
Goniometria: Flexão do
joelho Esquerdo 60 graus e direito: 145 grau .
Perimetria da coxa ( ponto
de referência: borda superior da patela
)
MIE
|
MID
|
|
0
|
48 cm
|
40 cm
|
5
|
45 cm
|
42 cm
|
10
|
46 cm
|
46 cm
|
15
|
48 cm
|
50 cm
|
20
|
51 cm
|
55 cm
|
Perimetria da perna ( ponto de referência: borda inferior
da patela )
MIE
|
MID
|
|
0
|
40 cm
|
34 cm
|
5
|
38,5 cm
|
33 cm
|
10
|
38,5 cm
|
32 cm
|
15
|
26 cm
|
28 cm
|
20
|
23 cm
|
26 cm
|
Teste de força (MIE)
Flexores
do quadril
|
Grau
5
|
Extensores
do quadril
|
Grau
5
|
Abdutores
|
Grau
5
|
Adutores
|
Grau
5
|
Flexores
do joelho
|
Grau
2
|
Extensores
do joelho
|
Grau
3
|
Eversores
|
Grau
4
|
Inversores
|
Grau
4
|
PROTOCOLO
DE TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO A CURTO PRAZO
(Imediato)
OBJETIVOS:
- Eliminar quadro álgico;
- Mantero tônus e trofismo muscular;
- Estimular a propriocepção da articulação do joelho;
- Restaurar a mobilidade da patela do joelho;
-Melhorar o padrão da marcha;
CONDUTA:
-Tensconvencional;
-Ultra som 1 MHz na forma pulsado com intensidade de
1,0/cm2, tempo se 6 minutos;
-Crioterapia;
-Alongamentos passivos dos flexores e extensores do
joelho;
-Mobilização patelar;
- Exercícios isométricos de quadríceps;
-Exercícios de Propriocepção e Equilíbrio;
-Fortalecimento isométricodos flexores e extensores do
joelho;
PROTOCOLODE
TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO A LONGO
PRAZO
OBJETIVOS:
-Aumentar a flexibilidade da
cadeia anterior (vasto lateral, intermédio, medial e reto femoral) e posterior
(bíceps femoral, semitendinoso, semimembranoso);
-Melhorar o trofismo
muscular da cadeia posterior, principalmente da cadeia anterior da coxa;
-Aumentar força muscular;
-Normalizar o padrão da marcha;
CONDUTA:
- Alongamentos;
-Fortalecimento isotônico dos flexores e extensores do
joelho;
-Estimulação Elétrica: através da corrente russa, frequência
de 50 HZ, Rise2 T ON 6;
-Bicicleta;
-Circuito com obstáculos,
![]() |
FIGURAS 3 e 4 (EDEMA NO CANTO INFERIOR ESQUERDO E EXEMPLOS DE CONDUTAS NOS OUTROS) |
Resultados
do Tratamento Fisioterapêutico
Perimetria da
perna ( ponto de referência: borda superior da
patela )
MIE (
avaliação )
|
MIE ( 10
sessões )
|
|
0
|
48 cm
|
43 cm
|
5
|
45 cm
|
43 cm
|
10
|
46 cm
|
46 cm
|
15
|
48 cm
|
50 cm
|
20
|
51 cm
|
53 cm
|
Perimetria
da perna ( ponto de referência: borda inferior da patela )
MIE ( avaliação )
|
MIE ( 10
sessões)
|
|
0
|
40 cm
|
37 cm
|
5
|
38,5 cm
|
34,5 cm
|
10
|
38,5 cm
|
34 cm
|
15
|
26 cm
|
24 cm
|
20
|
23 cm
|
25 cm
|
Teste de
força (MIE)
Avaliação
|
10
sessões
|
|
Flexores
do quadril
|
Grau
5
|
Grau
5
|
Extensores
do quadril
|
Grau
5
|
Grau
5
|
Abdutores
|
Grau
5
|
Grau
5
|
Adutores
|
Grau
5
|
Grau
5
|
Flexores
do joelho
|
Grau
2
|
Grau
4
|
Extensores
do joelho
|
Grau
3
|
Grau
4
|
Eversores
|
Grau
4
|
Grau
4
|
Inversores
|
Grau
4
|
Grau
5
|
CONCLUSÃO
Em
10 sessões fisioterapêutica, verificamos uma evolução do paciente. Foi possível
observar através da palpação, perimetria teste de força, que o edema diminuiu,
o paciente obteve uma melhora na força, na amplitude de movimento e diminuição
do quadro álgico.
Apesar do setor de fisioterapia autorizar duas sessões
semanais, a fratura obteve um bom prognóstico, confirmado a importância da
fisioterapia, para propiciar uma melhor qualidade de vida e auto-estima do
paciente.
REFERÊNCIAS:
·
ADAMS, J. C. Manual de Fraturas e Lesões
Articulares. 6 ed. 1980.
·
GABRIEL, M. R. Serra; Petit, J.Díaz; Carril, Maria L. de Sande. Fisioterapia em
·
Traumatologia-Ortopedia e Reumatologia. Rio
de Janeiro: Revinter, 2001.
·
REIS, Fernando Baldy dos. Traumatologia
Ortopédica. Rio de Janeiro: Revinter, 2004.
·
WISS, Donald. Fraturas. Rio de Janeiro:
Revinter, 2003.
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