quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Relato de Caso – Fratura de Patela


Relato de Caso – Fratura de Patela 

AUTOR: ALUIZIO SEVERINO DE ARRUDA

Introdução
A patela é um osso chato aparentemente ovóide possuindo um ápice e uma base e está situada profunda em relação às fibras tendinosas do reto da coxa e da fáscia lata.
A patela proporciona uma vantagem mecânica ao aparelho extensor por dois mecanismos: ligação, pois a patela une quadríceps e o tendão patelar que vai se inserir na tíbia, permitindo a geração da força necessária para a extensão do joelho, do quadríceps para a tíbia; e o desvio, pois a patela desvia essa ligação tendão quadríceps – tendão patelar para longe do eixo da rotação do joelho.
A patela assim funciona como fulcro que aumenta a vantagem do quadríceps.

Relato do caso:
Paciente de 19 anos idade, sexo masculino, admitido em 09/07/2012, no serviço de urgência do Hospital Dom Helder Câmara em Recife- PE. Vitima de uma colisão de moto com carro. Na história relatou que andava de carona da motocicleta, caindo na garupa da mesma e ficando com fortes dores na perna esquerda impossibilitado de deambular. O estudo radiológico permitiu o diagnóstico de fratura de patela. No outro dia foi submetido a tratamento cirúrgico de fratura, onde foram colocados fios de Kirchner (Figura 1 e 2).



Figura 1. e Figura 2.

 Imagem radiológica, evidenciando o tratamento cirúrgico com fios de Kirchner na fratura de patela.

Após 38 dias do tratamento cirúrgico o médico solicitou 20 sessões de fisioterapia motora, o mesmo iniciou na Policlínica Nossa Senhora da Conceição em Toritama – PE, ondena avaliação foram  encontrado os seguintes achados: Hipotrofia de membro inferior esquerdo, presença de edema na região do joelho(figura 3 ), marcha com apoio de muleta, presença de dor e aumento de temperatura.

Goniometria: Flexão do joelho Esquerdo 60 graus e direito: 145 grau .
Perimetria da coxa ( ponto de referência: borda superior da  patela )

MIE
MID
0
48 cm
40 cm
5
45 cm
42 cm
10
46 cm
46 cm
15
48 cm
50 cm
20
51 cm
55 cm


Perimetria da perna ( ponto de referência: borda inferior da  patela )

MIE
MID
0
40 cm
34 cm
5
38,5 cm
33 cm
10
38,5 cm
32 cm
15
26 cm
28 cm
20
23 cm
26 cm

Teste de força (MIE)
Flexores do quadril
Grau 5
Extensores do quadril
Grau 5
Abdutores
Grau 5
Adutores
Grau 5
Flexores do joelho
Grau 2
Extensores do joelho
Grau 3
Eversores
Grau 4
Inversores
Grau 4


PROTOCOLO DE TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO A CURTO PRAZO
(Imediato)
OBJETIVOS:
- Eliminar quadro álgico;
- Mantero tônus e trofismo muscular;
- Estimular a propriocepção da articulação do joelho;
- Restaurar a mobilidade da patela do joelho;
-Melhorar o padrão da marcha;

CONDUTA:
-Tensconvencional;
-Ultra som 1 MHz na forma pulsado com intensidade de 1,0/cm2, tempo se 6 minutos;
-Crioterapia;
-Alongamentos passivos dos flexores e extensores do joelho;
-Mobilização patelar;
- Exercícios isométricos de quadríceps;
-Exercícios de Propriocepção e Equilíbrio;
-Fortalecimento isométricodos flexores e extensores do joelho;

PROTOCOLODE TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO  A LONGO PRAZO

OBJETIVOS:
-Aumentar a flexibilidade da cadeia anterior (vasto lateral, intermédio, medial e reto femoral) e posterior (bíceps femoral, semitendinoso, semimembranoso);
-Melhorar o trofismo muscular da cadeia posterior, principalmente da cadeia anterior da coxa;
-Aumentar força muscular;
-Normalizar o padrão da marcha;

CONDUTA:
- Alongamentos;
-Fortalecimento isotônico dos flexores e extensores do joelho;
-Estimulação Elétrica: através da corrente russa, frequência de 50 HZ, Rise2 T ON 6;
-Bicicleta;
-Circuito com obstáculos,

FIGURAS 3 e 4 (EDEMA NO CANTO INFERIOR ESQUERDO E EXEMPLOS DE CONDUTAS NOS OUTROS)


Resultados do Tratamento Fisioterapêutico

Perimetria da perna ( ponto de referência: borda superior da  patela )

MIE ( avaliação )
MIE ( 10 sessões )
0
48 cm
43 cm
5
45 cm
43 cm
10
46 cm
46 cm
15
48 cm
50 cm
20
51 cm
53 cm

Perimetria da perna ( ponto de referência: borda inferior da  patela )

MIE     ( avaliação )
MIE ( 10 sessões)
0
40 cm
37 cm
5
38,5 cm
34,5 cm
10
38,5 cm
34 cm
15
26 cm
24 cm
20
23 cm
25 cm

Teste de força (MIE)

Avaliação
10 sessões
Flexores do quadril
Grau 5
Grau 5
Extensores do quadril
Grau 5
Grau 5
Abdutores
Grau 5
Grau 5
Adutores
Grau 5
Grau 5
Flexores do joelho
Grau 2
Grau 4
Extensores do joelho
Grau 3
Grau 4
Eversores
Grau 4
Grau 4
Inversores
Grau 4
Grau 5


CONCLUSÃO

            Em 10 sessões fisioterapêutica, verificamos uma evolução do paciente. Foi possível observar através da palpação, perimetria teste de força, que o edema diminuiu, o paciente obteve uma melhora na força, na amplitude de movimento e diminuição do quadro álgico.
            Apesar do setor de fisioterapia autorizar duas sessões semanais, a fratura obteve um bom prognóstico, confirmado a importância da fisioterapia, para propiciar uma melhor qualidade de vida e auto-estima do paciente.


REFERÊNCIAS:

·         ADAMS, J. C. Manual de Fraturas e Lesões Articulares. 6 ed. 1980.

·         GABRIEL, M. R. Serra;  Petit, J.Díaz; Carril, Maria  L. de Sande. Fisioterapia em

·         Traumatologia-Ortopedia e Reumatologia. Rio de Janeiro: Revinter, 2001.

·         REIS, Fernando Baldy dos. Traumatologia Ortopédica. Rio de Janeiro: Revinter, 2004.

·         WISS, Donald. Fraturas. Rio de Janeiro: Revinter, 2003.





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