terça-feira, 10 de maio de 2011


PROPOSTA DE EXERCÍCIOS PARA REEDUCAÇÃO FUNCIONAL NO LEITO

Autores: Cabral, Alexsandra¹; Ramos, Ana¹; Santos, Lourdes¹; Feitosa, Patrícia¹; Paiva, Thiago¹; Franco, Ula¹;   Costa, Renata²; Ferreira Filho, Moisés².


1. Alunos do 3o período do curso de Fisioterapia da UNIVERSO
2. Professores/ Orientadores




RESUMO

Palavras-chave: Cinesioterapia, Exercícios no leito, Fisioterapia, Reeducação funcional.


A reeducação funcional é um meio de favorecer o paciente que está temporariamente ou permanentemente sem suas funções habituais, no retorno ou aprendizado de uma nova maneira de realizá-las. Além disso, visa evitar as desordens que ocorrem no indivíduo acamado devido à imobilidade. Como exemplos podemos citar as úlceras de decúbito e o acúmulo de toxinas, o incremento da circulação, respiração e propriocepção. Para que haja respostas positivas no tratamento do sujeito, o fisioterapeuta programa um planejamento de atividades a serem realizadas, baseado no estado de dependência do indivíduo, a fim de que este adquira sua independência funcional. A proposta de exercícios terá como algumas de suas finalidades promover que o paciente saia da cama ou possa ser transferido adequadamente para uma cadeira de rodas. Alguns exercícios podem ser utilizados, como:  rotacionar o tronco (favorecendo a mudança de decúbito), deitar de lado com sustentação do antebraço (a fim de se conseguir, posteriormente, que o paciente se sente), sentar na lateral do leito, deslizar e elevar (são preliminares para que se levante e se desloque para outro lugar), transferir para a cadeira de rodas (sendo a melhor resposta para pacientes que não conseguem se levantar e andar, pois assim podem ser facilmente transportados) e realizar o exercício de ponte (não presente na série de atividades que leve o paciente a sair da cama, mas incluso por ser importante para confinados no leito, facilitando os cuidados de enfermagem e as trocas de roupas). Visto que esses exercícios contribuirão para alcançar a independência, é essencial que toda a equipe de saúde e os familiares do indivíduo tenham essa idéia consolidada, objetivando estimular o sujeito acometido a recuperar sua funcionalidade.





INTRODUÇÃO


    Reeducação funcional (RF) pode ser descrita como um meio de educar o indivíduo na realização de suas funções habituais. Portanto seu objetivo é fornecer subsídios para que o paciente que está temporariamente ou permanentemente sem suas funções, possa voltar a exercê-las ou até mesmo aprender uma nova maneira de executá-las. logo, seu objetivo é fornecer subsídios para que o paciente , que está temporariamente ou permanentemente sem suas funções, possa voltar a exercê-las ou até mesmo aprender uma nova maneira de executá-las. (KISNER, 1998).


    A RF visa evitar as muitas desordens do organismo, prevenindo a imobilidade e muitas de suas conseqüências como as úlceras de decúbito e o acúmulo de toxinas, melhorando sua circulação, respiração e propriocepção (KISSNER, 1998).  Quando o portador passa a permanecer acamado, começam as dificuldades para transferência, para posicionamento e para evitar úlceras de pressão. Nessa fase, é importante que o cuidador esteja orientado sobre como cuidar desse paciente a fim de evitar complicações (MELO M. A.; DRIUSSO P., 2006)

      Para esse propósito, o fisioterapeuta é o agente de recuperação que vai realizar, através de um planejamento e baseado em uma avaliação inicial, um programa que vai reabilitar suas funções básicas rotineiras contribuindo e até determinando no ganho da independência do paciente (O’SULLIVAN, 2004).
       Na avaliação cabe investigar se o paciente está sendo medicado e se há contra-indicação para mobilização. Será realizada uma anamnese e uma análise sobre seu nível de dependência funcional, solicitando que o paciente execute ou tente executar, sozinho, atividades rotineiras para que baseado nessas informações, possamos elaborar um planejamento do trabalho a ser executado por nós, objetivando a sua reabilitação. Para esse fim poderemos utilizar algumas escalas de independência funcional (AZEREDO Z., MATOS E., 2003).
      O objetivo desse trabalho é destacar a importância da reeducação funcional além de apresentar, de forma concisa, alguns exemplos para pacientes acamados, destacando seus procedimentos de realização, aplicabilidade e precauções.

Metodologia

  Inicialmente foi realizada uma revisão da literatura, utilizando livros textos e artigos científicos para a seleção de alguns exercícios que posteriormente foram executados para documentação fotográfica e confecção do pôster para apresentação.
Palavras-chave: Reeducação Funcional, Fisioterapia, Cinesioterapia, Exercícios no leito.



Exercícios no Leito

Rotação do Tronco

Final do exercício de rotação
   
    A rotação tem a finalidade de favorecer ao paciente a mudança de decúbito, promovendo o conforto no leito e também ajudar no momento em que se é feito os cuidados de enfermagem; para a realização da fisioterapia e para mudança da roupa de cama e vestimenta do paciente (GARDINER, 1983). Quanto aos efeitos fisiológicos dependendo da posição adquirida, pode ocorrer maior expansão da caixa torácica (FROWNFELTER & DEAN, 2004), vias aéreas mais livres, relaxamento da coluna vertebral (devido sua extensão), relaxamento da musculatura (devido seu alongamento) e prevenção da imobilidade articular (GARDINER, 1983).
     A rotação pode ser feita com assistência mínima ou máxima, e também pode ser feita sem assistência. As rotações podem ser de supino para deitar de lado e da posição deitado em supino para prono (GARDINER, 1983).
   A rotação de supino para deitar de lado, exige uma flexão total com rotação do corpo, que é iniciada e conduzida pela cabeça e pescoço. É necessária uma forte atividade dos membros e seu recrutamento sempre que esteja disponível (GARDINER, 1983).

    A rotação de supino para prono exige extensão total do corpo. Esta fará com que o paciente se deite de lado, mas a continuação do movimento levará a uma posição deitada em prono (GARDINER, 1983).

Deitar de lado com sustentação do antebraço.

          Esta posição é usada inicialmente para levar o paciente a sentar, alguns pacientes acham-na conveniente para alcançar objetos na mesa, ler livros e para apreciar a paisagem. A pressão sobre a articulação dos ombros estimulará a atividade de toda a região do ombro, logo pode mostrar-se útil durante o tratamento de alguns males do ombro (GARDINER, 1983).

Da posição de lado, para sustentação do antebraço


Sentar – na lateral do leito
Sentar no lado do leito, geralmente é uma preliminar para se levantar e se movimentar para outro lugar, vestir-se, e outras atividades de higiene e também fornece uma liberdade para os braços realizarem inúmeras finalidades (GARDINER, 1983).
Durante esse movimento, o corpo é pivoteado sobre uma nádega até que seja alcançada a posição sentada, quando então o peso é distribuído igualmente entre as duas nádegas. Ensina-se o paciente a sentar-se corrigindo o padrão de sua postura sentada com apoio. Se ele tender a cair numa direção, devido à remoção do apoio, provocará naturalmente um reflexo de endireitamento e reações de equilíbrio. Se estas reações forem lentas ou inadequadas, deve-se impedir que o paciente venha a cair. A estabilidade no sentar é assegurada pela pressão das coxas no leito, e os pés no chão, se eles puderem alcançá-lo (GARDINER, 1983).

Deslizamento e Elevação

        A capacidade de colocar o peso nos braços, erguer e movimentar a pelve são essenciais para a transferência de pacientes em cadeiras de rodas (DAVIES, 1996).


Deslizando na maca na posição sentada
Transferência

Transferência do leito à cadeira de rodas e de volta novamente

         Transferir-se corretamente e sem esforço indevido, habilitará o paciente mais tarde a ficar de pé facilmente. A transferência é grandemente ajudada quando o leito do paciente possui uma altura ajustável, possibilitando a nivelação da mesma altura que a cadeira de rodas (DAVIES, 1996).
Transferência Passiva
apresentar incapacidade de ajudar ativamente.


Transferência mais ativa
   Quando o paciente seja capaz de ajudar de algum modo, a transferência irá se tornar mais ativa. O assistente irá auxiliar o paciente na medida em que este necessite de sua ajuda para realizar o movimento fácil e suave (DAVIES, 1996).
Transferência ativa

   Quando o paciente pode transferir-se com a ajuda de um banco à sua frente, este pode aprender o fazer o mesmo movimento sem o auxílio do banco. 
        A cadeira de rodas constitui a melhor resposta para um paciente que seja incapaz de ficar de pé e andar, mesmo com auxílio. Este paciente pode então ser facilmente transportado para sessões de terapia ou radiografia ou outros exames (DAVIES, 1996).



Transferência sem banco






Ponte

    O exercício de ponte sendo realizado em pacientes no leito irá facilitar os cuidados de enfermagem e as atividades ligadas a vestir-se, irá fazer com que o paciente sinta a pressão sobre os pés e assim exigindo atividade das pernas para sustentação do peso. Além disso, o exercício de ponte irá possibilitar a reorganização de coluna lombar, o fortalecimento da musculatura e o alongamento do tronco. Este exercício não faz parte da série de movimentos que levam o paciente a sentar ou sair da cama, mas é incluso por ser apropriado e adequado aos pacientes confinados no leito (GARDINER, 1983).


Considerações finais


    Percebemos a importância do conhecimento acerca do tema para os fisioterapeutas, profissionais de enfermagem e cuidadores. Favorece a possibilidade de aplicarmos esses procedimentos para a reabilitação do paciente o mais cedo possível, onde deve-se lembrar a importância da presença e cooperação das pessoas que irão cuidar do paciente, pois elas deverão estimular e dar continuidade ao trabalho, para que este possa ser completo.
Porém não podemos estabelecer um momento em que esse indivíduo esteja reabilitado, pois conforme colocado por Trieshman (O’SULLIVAN, 2004) a dinâmica do processo de aprendizado “começa no momento da lesão e continua pelo resto da vida da pessoa”.


Referências

GARDINER, M. D. Manual de terapia por movimento. 4ª Ed.

DAVIES, P. M. Passos a seguir: Um manual para o tratamento da hemiplegia no adulto. 1ª Ed. São Paulo: Manole, 1996. 311p.

MELO, M. A.; DRIUSSO, P. Proposta fisioterapêutica para os cuidados de portadores da doença de Alzheimer. Envelhecimento e saúde, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 11 – 18, 2006.

AZEREDO, Z.; MATOS, E. Grau de dependência em doentes que sofreram AVC.  Revista Faculdade de Medicina de Lisboa, série III, v. 8, n. 4, p. 199 – 204, 2003.





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